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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOSÉ JAVIER SÁNCHEZ

(  VENEZUELA  )

 

 

Vencedor Poeta, professor, jornalista, crítico literário e promotor de leitura.
Fundador da Rede de Escritores Venezuelanos, bem como da Rede de Escritores de Alba e da Rede Nacional de Promotores de Leitura.
É coordenador do capítulo de Caracas da Escola Nacional de Poesia Juan Calzadilla.
Tamb
ém coordenou o Plano Nacional de Leitura Ler é Compreender e dirigiu a Oficina de Poesia Monte Ávila Editores.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

AMANECIERON DE BALA – Panorama actual de la joven poesía venezolana. ANTOLOGIA.  Caracas: El perro y la rana , 2007.  306 p. ISBN: 978-980-396-832-8
Exemplar biblioteca de Antonio Miranda

 

     Sábado en el barrio 

                                             a Efrain Valenzuela
                                         a la gente del barrio Las Torres


El mundo abre mis ojos con la rumba
Las calles de mi barrio son escena
Algunos salen tempranito a hacer mercado
Otros llegan del bonche con olorosos a fiesta
Sale el sol y llegan los colores
Las calles son barridas por las queridas viejas
que borran con su escoba las huellas de la noche
colillas de cigarro, fragmentos de botellas,
chapas multicolores pero la esencia queda
Las cornetas de un viejo 3 en 1
sobre salen por una antigua ventana
y de una casa sale agua jabonosa
que perfuma el viejo callejón
Llegan los ancianos cargados de esperanza
con carretillas repletas de cajas de cerveza
que animarán la tarde y encenderán la noche
en un festival que cada instante empieza
Las señoras
descienden la loma en sus carrozas de dos ruedas
llevadas por sus príncipes van hacia los mercados, las
[licorerías, los bazares
para llenar los ranchos de esperanza
Los abuelos preparan las verduras
y los jóvenes acomodan la mesa para los dominóes
La cancha está repleta de todos los niñitos
que apuestan la esperanza ante un balón y un aro
Ha llegado el gran combo a pasar un verano
en las grandes barriadas así como en New York.

El viejo Ricardo saca sus congas para el porche,
y el pana cocolia afina sus timbales
seguro que habrá rumba otro día comienza
dicen que Pabloco y Sanoja llegarán  un poco tarde
pero para la rumba y la vida siempre será temprano
también para otra pieza
para cambiar el disco
variar las melodías
ligaremos los tragos
todos haremos coro
a Héctor y a Maelo
llenaremos la sal de las hermanas composta
para iniciar otra fiesta
de nuevo se los juro
bailaré hasta el cansancios.
Es sábado en el barrio.
El barrio está de fiesta.



Los versos que no pretenden ser un epitáfio

                                           Si esta calle fuera un hombre dolería.
                                             WILLIAM OSUNA

Existe una inmensa nostalgia en esta calle
eso le dicen los perros callejeros a luna llena
eso discuten las perfumadas prostitutas, entre cigarrillos largos
[brochas de blouchom
Esta calle se deprimió hace bastantes años
cuando niños sin padres jugaban a la guerra
y pensaban que el universo terminaba en la avenida principal,
al lado del kiosco de periódicos
Lástima que ninguno quiso ser astronauta
Lástima que decidieron jugar a los vaqueros
(los que creyeron en sus juegos aún los buscan en películas
[póstumas)
Lástima que la muerte insista en imponerse
y le ofrezca pistolas o pipas de crack a los adolescentes
y les garantice una nota de prensa en el mejor de los casos
Lástima que ya no sea tan muchacho
la mayoría de ellos no crea en lo que escribo
y ahora los vea desde la otra acera
pistola en cintura soñando con comerse una parrillas en El
Junquito o tener una moro o pisar los dieciséis a
[regañadientes
A esta calle se le desaparecieron las reinas de carnaval y las
[fulias
y el niño Jesús quiere llegar de día, con pocos parranderos,
[los sobrevivientes
veo a una anciana acariciándole el rostro con una vieja escoba
Ojalá y esta calle se contente y deje colocarse de nuevo
[guirnaldas
y reciba otra vez con beneplácito a los camiones de fruta y
[de gas
y a los marchantes con sus cortes de tela
y de nuevo sus niños saquen sus bicicletas y balones de fútbol,
jueguen chapita y se bañen bajo la lluvia
Ojalá los postes alumbren como antes y se borre la sombra de
[la muerte
y los jóvenes se enamoren y vayan a la plaza a darse besitos
[acalorados
y se casen de nuevo las muchachas
y salgan de sus casas con sus trajes de novia y en esa misma
calle un carro las espere — así sea un Fairlane o u
escarabajo — con latitas de cerveza colgados del parachoques
para que esta calle de nuevo se alegre, se haga bochinchera y
sea feliz como en las anécdotas de mis tías
mientras tanto le escribiré estos versos que no pretenden ser
[un epitafio

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

     Sábado no barrio 

                                                      a Efrain Valenzuela
                                             à gente do bairro Las Torres


 O mundo abre meus olhos com uma rumba
As ruas de meu bairro são uma cena
Alguns saem cedinho para ir ao mercado
Outros chegam de bonche com olorosos à festa
Sai o sol e chegam as cores
As ruas são varridas pelas queridas velhas
que limpam com suas escovas as pegadas da noite
pontas de cigarro, fragmentos de garrafas,
chapas multicoloridas mas a essência fica
As cornetas de um velho 3 em 1
sobressaem por uma antiga janela
e de uma casa sai água com sabão
que perfuma a velha ruela
Chegam os anciãos carregados de esperança
com carretos repletos de caixas de cerveja
que animarão pela tarde e acenderão a noite
em um festival que cada instante começa
As senhoras
descem a loma em suas carroças de duas rodas
levadas por seus príncipes vão até os mercados, as
[lojas de bebidas, os bazares
para encher os ranchos de esperança
Os avós preparam as verduras
e os jovens arrumam a mesa para os dominós
A cancha está repleta de todos os meninos
que apostam na esperança diante de um balão e um aro
Chegou o grande combo a passar um verão
nas grandes barriadas assim como em New York.

O velho Ricardo saca suas congas
1 para a varanda,
e a tela grossa afina seus timbores
seguro que haverá rumba outro dia começa
dizem que Pabloco e Sanoja chegarão um pouco tarde
mas para a rumba e a vida sempre será cedo
também para outra peça
para trocar o disco
variar as melodias
ligaremos os tragos
todos faremos um coro
a Héctor y a Maelo
encheremos de sal das irmãs composta
para iniciar outra festa
de novo eu juro
dançarei até o cansaço.
É sábado no bairro.
O bairro está em festa.

 

1 música popular cubana de origem africana.

 

 

Os versos que não pretenden ser um epitáfio

                                           Se esta rua fosse um homem doeria.
WILLIAM OSUNA

Existe uma imensa nostalgia nesta rua
isso dizem os cães caseiros na lua cheia
e isso discutem as perfumadas prostitutas, entre cigarros longos
[pincéis de blusas espanholas                                                 

Esta rua deprimiu-se há muitos anos
quando crianças sem pais jogavam na  guerra
e pensavam que o universo terminava na avenida principal,
do lado do quiosque dos jornais
Lástima que ninguém quis ser astronauta
Lástima que decidiram lançar aos vaqueiros
(os que acreditaram em seus jogos ainda os buscam em filmes
[póstumos)
Lástima que a morte insista em impor-se
e ofereça pistolas ou tubos de crack aos adolescentes
e garanta uma nota na imprensa no melhor dos casos
Lástima que já não seja tão jovem
a maioria deles não creia no que eu escrevo
e agora os veja desde a outra calçada
pistola na cintura sonhando com comer churrasco em El
Junquito ou ter una moto ou pisar os dezesseis a
[relutantes
Desta rua desapareceram rainhas de carnaval e as
[folias
o menino Jesus quer chegar de dia, com poucos foliões,
[os sobreviventes
vejo uma anciã acariciando o rosto com uma velha escova
Oxalá esta rua se contente e deixe colocar-se outra vez
[guirlandas
e receba outra vez com beneplácito os caminhões de frutas e
[de gás
e os revendedores com seus cortes de tela
e de novo seus meninos saquem suas bicicletas e balões de futebol,
joguem capita e se banhem na chuva
Oxalá os postes alumiem como antes e se borre a sombra da
[morte
e os jovens se enamorem e cheguem à praça a dar-se beijinhos
[acalorados
e se casem de novo as garotas
e saiam de suas casas com seus trajes de noiva se nessa mesma
rua um carro as espere — assim seja um Fairlane ou um
besouro — com latinhas de cerveja pendurados dos parachoques
para que esta rua outra vez se alegre, se faça bochinchera e
seja feliz como nas anedotas de minhas tias
entretanto eu escreverei estes versos que não pretendem ser
[um epitáfio

 

*
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Página publicada em agosto de 2024


 

 

 
 
 
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